quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Distância.

Detesto distância. Desde que, há quase 1 ano, meus pais foram morar longe de mim, distância é coisa lembrada todos os dias. Antes talvez eu nem ligasse, mas o problema é que ela lembra saudade. Saudade braba, daquelas de doer muito. Hoje dói um pouco menos. Eu tenho meu namorado alguém que me conforta quando preciso, tenho minha irmã, meus amigos e isso faz diferença em tudo. Não tem como ser estável quando te falta uma perna. Como se um pedaço estivesse longe. Como se agora, de longe, eu tivesse que me recompor. Uma nova Leila adaptada a novos acontecimentos, que não incluem desde as regalias como almoço prontinho na mesa, aos apoios emocionais no quarto ao lado.

É todo um incômodo chato, tipo etiqueta de camiseta, tipo sapato apertado. Ninguém vê, mas você sabe que tá doendo. Você sorri e faz a moderna, porque tudo isso acaba sendo pequeno pelos exemplos dos outros. Fulano veio de São Paulo e não vê o pai há 6 meses, fulana mudou de país e só abraça a família por foto. É normal que seja difícil. Aconteceria cedo ou tarde. Só acho um pouco chato não ver novela do lado da mãe ou ouvir o meu pai aumentando o volume do reggae que toca no som. Um pouco chato ter virado a louca da carência, que precisa constantemente de certezas pra entender que está tudo bem. 

Mas mesmo quando o telefonema dói, e mesmo quando arrumar a mochila vira a aquela hora preferida, mas no fim, tudo está onde deveria. Remedio dói, mas a gente cura., distância machuca, mas também aproxima. E qual seria a beleza da vida se eu não pudesse ouvir que a minha mãe fez um almoço só para me receber?  O que poderia ser mais bonito do que pegar a relação difícil que ás vezes tinha com eles e hoje ouvir os dois ligando "só porque sentiu falta de ouvir minha voz"?

Quem um dia subestimou a saudade provavelmente não fazia ideia do que é gostar alguém. E também nunca soube como é sentir esperado, amado, valorizado. 
Um dia também terei a quem abraçar quando chegar em casa cansada, depois daquele dia stressante. Aquela coisa de uma família nova, e linda, sendo criada aos pouquinhos. Coisa que só quem teve amor um dia pode construir. 

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